
A cantora Lexa, de 29 anos, anunciou nesta segunda-feira (10), nas redes sociais, a morte da filha recém-nascida, Sofia, que ocorreu três dias depois do parto. A artista estava grávida de 6 meses de sua primeira filha.
Lexa foi internada em São Paulo devido a um quadro de pré-eclâmpsia, condição em que há o aumento da pressão arterial em gestantes. A cantora relatou que também teve síndrome de Hellp, o que ocasionou o parto prematuro da bebê.
Se não tratado rapidamente, o quadro de pré-eclâmpsi pode levar a gestante a ter uma série de convulsões, condição chamada de eclâmpsia, e acometer órgãos como rins e fígado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os distúrbios hipertensivos da gravidez, grupo ao qual a doença pertence, afetam cerca de 10% das gestantes globalmente. Entre eles, diz a entidade, a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia se destacam como principais causas de mortalidade materna e neonatal no mundo.
A sobrecarga da circulação provoca a hipertensão arterial, igual ou acima de 140/90 mmHg (14 por 9), e há perda de proteína na urina, a proteinúria. A pré-eclâmpsia precisa ser tratada para não colocar a vida da mãe e do feto em risco. Entre os agravamentos possíveis estão a eclâmpsia e a síndrome de Hellp.
A eclâmpsia é marcada pela ocorrência de convulsões generalizadas ou coma em gestantes. A síndrome Hellp é outro tipo de complicação que provoca hemólise (fragmentação das células vermelhas do sangue na circulação), níveis elevados de enzimas hepáticas e diminuição do número de plaquetas. Essa combinação mostra que alguns órgãos podem estar entrando em falência, como os rins e o fígado.
Apesar de não ser comum, também existe a pré-eclâmpsia ou eclâmpsia pós-parto, que ocorre na fase do puerpério em até 72 horas depois do parto. A complicação é responsável pela hipertensão arterial e crises convulsivas nesse período.
Causas e fatores de risco
A pré-eclâmpsia não tem uma causa específica identificada. Existem teorias, dentre as quais ela destaca a má implantação da placenta no processo da gestação. Mas já se conhecem os principais fatores de risco: primeira gestação da mulher; gravidez antes dos 18 e depois dos 40 anos; pressão alta crônica; diabetes; lúpus; obesidade; pessoas da família com essas doenças; gestação de gêmeos.
Prevenção e redução de riscos
A realização do pré-natal, com acompanhamento médico da gravidez e da pressão arterial, é a melhor forma de prevenir a pré-eclâmpsia e demais complicações.
Sintomas
A pré-eclâmpsia pode ser assintomática. Mas há sinais comuns, como: dor de cabeça forte que não passa com remédios; inchaço no rosto e nas mãos; ganho de peso em uma semana; dificuldade para respirar; náusea ou vômito após os primeiros três meses de gestação; perda ou alterações da visão; e dor no abdômen do lado direito.
Os sintomas da eclâmpsia podem ser dores de cabeça, de estômago e perturbações visuais antes da convulsão; sangramento vaginal; e coma.
Tratamento
O principal objetivo do tratamento para quem desenvolve o quadro de pré-eclâmpsia é o controle da pressão arterial. Podem ser usados hipotensores, medicações orais e injetáveis, para conseguir manter a pressão arterial abaixo de 14 por 9.
Também podem ser indicados: alimentação com baixo consumo de sal e de açúcar; repouso; aumento da ingestão de água; fazer acompanhamento pré-natal mais rigoroso.