Home Saúde Síndrome do fim de ano: entenda porque acontece e quais os sintomas

Síndrome do fim de ano: entenda porque acontece e quais os sintomas

8 min read
0
0
72

Com a aproximação do final do ano, o clima de celebração e renovação toma conta de muitas pessoas. No entanto, essa época também traz à tona sentimentos de frustração, ansiedade e melancolia que não são raros, mas pouco discutidos. O fenômeno, popularmente chamado de “síndrome do fim de ano”, afeta uma parcela da população, que se vê presa em expectativas não atendidas e pressões sociais.

O Que é a Síndrome do Fim de Ano?

A psicanalista Rachel Poubel explica que a “síndrome do fim de ano” não é um diagnóstico clínico, mas um conjunto de sensações psicológicas comuns durante o período de festas. Esses sentimentos podem variar entre angústia, tristeza profunda e sensação de fracasso.

“As festas de fim de ano trazem muita tristeza e solidão porque a gente compra um pacote comercial. Olha nas redes sociais e se compara. As festas têm um apelo de troca de presentes e mostra todo mundo feliz, mas na vida real não é assim. A pessoa precisa estar bem e entender que talvez na ceia de Natal ela não estará com a família ou amigos. As pessoas precisam estar bem consigo mesmas, com a solitude, para enxergar a vida de uma forma real, como ela é”, explica a psicanalista.

Essa época também marca o fechamento de um ciclo, o que pode trazer à tona reflexões sobre o que foi deixado para trás ou metas não cumpridas. “É muito comum, com a chegada do fim do ano, a sensação de frustração. Uma sensação de não ter feito nada, de incapacidade de realizar as metas. Mas as metas não podem estar apegadas ao começo e ao fim de ano, elas precisam ser diárias. É até possível ter um objetivo para o final do ano, mas desde que se comece com pequenas metas, porque a mente acaba se dispersando e as pessoas desistem quando a meta é de longo prazo”, complementa Poubel.

A psicanalista destaca, ainda, que a procrastinação é um dos fatores que contribui para o sentimento de angústia que chega no final do ano. “Muita gente vai deixando pra amanhã, pra semana que vem, não trabalham a saúde emocional, não acreditam que são capazes. Se a pessoa tem ansiedade, por exemplo, ela precisa tratar para ter sucesso profissional, para alcançar os seus objetivos, senão, nunca vai sair do lugar. Para não procrastinar precisa criar novos hábitos e não deixar para o dia 31 de dezembro. Precisa parar de colocar datas para resolver as coisas e resolver hoje o que precisa ser resolvido”, disse.

Poubel acrescenta que problemas familiares e de relacionamentos também podem desencadear a “síndrome do fim de ano”. “A síndrome pode acontecer, ainda, devido a perdas de entes queridos, a rompimento de relacionamentos, quando a pessoa decide morar sozinha e quando está com conflitos na família. Então quando chega no final do ano, fica aquela sensação que a família não está bonitinha igual a dos filmes, e com isso, a pessoa começa a se sentir mal. Surge um sentimento de angústia muito forte porque ela pensa que está todo mundo feliz e ela não”, pontua.

Como lidar com a Síndrome do Fim de Ano?

Segundo a psicanalista, é fundamental entender que esses sentimentos são comuns e podem ser gerenciados com algumas práticas de autocuidado emocional. “O primeiro passo é ter uma postura mais compassiva consigo mesmo. Entender que o final de um ciclo não significa a necessidade de realizar um balanço extremo, e que nem todas as metas precisam ser cumpridas de maneira absoluta”, frisa Poubel.

Algumas dicas práticas incluem:

Reduzir as comparações: É importante lembrar que as redes sociais não refletem a vida real;

Reavaliar metas: Em vez de focar no que não foi alcançado é melhor celebrar pequenas conquistas ao longo do ano e reavaliar metas de forma realista para o próximo ciclo;

Aceitar o incompleto: Nem tudo precisa ser finalizado antes do novo ano começar. Muitas vezes, as pessoas querem terminar tudo em dezembro, mas a vida continua. Projetos podem ser retomados e concluídos com calma no futuro;

Buscar ajuda: Se os sentimentos de angústia forem muito intensos, procurar ajuda de amigos e psicológica pode ser uma forma eficaz de lidar com essas emoções.

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais por Kátia Alves
Carregar mais Saúde

Deixe um comentário

Verifique também

Passe livre da Criança de 0 a 7 anos poderá ser solicitado nas creches municipais de Fortaleza

Andar de ônibus sem precisar pular a catraca ou se arrastar pelo chão dos ônibus. Esse é o…