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Mostra de Cinema de Tiradentes anuncia filmes da edição de 2025; o Ceará participa com 3 produções

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A 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes anunciou os filmes que irão compor as três seções competitivas da 28ª edição do evento mineiro, um dos principais do audiovisual brasileiro. A  mostra acontece entre 24 de janeiro e 1º de fevereiro de 2025 na cidade histórica mineira com mudanças importantes na estrutura de programação. O Ceará participa com três produções.

O Ceará se apresenta nos longas “As Muitas Mortes de Antônio Parreiras” (RJ e CE), na Olhos Livres; “Resumo da Ópera” (CE), de Honório Félix e Breno de Lacerda, na Aurora; e no curta “Ver Céu no Chão” (CE e RJ), de Isabel Veiga, na Foco.

O cineasta cearense Ivo Lopes Araujo será um dos jurados, juntamente do ator Carlos Francisco, da programadora Cíntia Gil, da cantora e compositora Juçara Marçal e da crítica e curadora Rita Vênus.

A mostra

Em 2025, a Mostra Olhos Livres passa a ser avaliada pelo Júri Oficial enquanto a Mostra Aurora será avaliada pelo Júri Jovem com sessões no fim da tarde. Além disso, a Aurora agora passa a contar com filmes exclusivamente de cineastas em seu primeiro longa-metragem. A decisão reflete mudanças observadas no panorama do cinema independente ao longo dos últimos anos.

“Quando a Aurora foi criada pelo curador Cléber Eduardo em 2008, o cenário da produção independente, de baixo ou baixíssimo orçamento, ainda estava se consolidando e buscava identidades. Com o tempo, esse campo ganhou forma e maturidade e modificou as trajetórias de seus realizadores”, explica Francis Vogner dos Reis, coordenador curatorial da Mostra de Tiradentes.

A Olhos Livres tem se destacado nos últimos anos a exibir filmes que resgatam o espírito original da Aurora, quando a proposta era desbravar novos caminhos na produção autoral.

“Muitos desses filmes surgem à revelia das dificuldades econômicas enfrentadas pelo cinema brasileiro e adaptam-se às circunstâncias disponíveis. O cenário revela uma geração de realizadores que muitas vezes iniciaram suas trajetórias há dez anos ou mais e hoje já estão em seus terceiros, quartos ou até sextos longas-metragens. Apesar de se firmarem como jovens veteranos, continuam a apostar na radicalidade inventiva que marca suas obras”, segue o curador.

Os filmes selecionados para a Olhos Livres em 2025 são “Prédio Vazio” (ES), de Rodrigo Aragão; “A Primavera” (PE), de Daniel Aragão e Sergio Bivar; “Deuses da Peste” (SP/MG), de Gabriela Luíza e Tiago Mata Machado; “O Mundo dos Mortos” (RJ), de Pedro Tavares; “As Muitas Mortes de Antônio Parreiras” (RJ e CE), de Lucas Parente; “A Vida Secreta de Meus Três Homens” (PE), de Letícia Simões; e “Batguano 2” (PB), de Tavinho Teixeira.

No caso da Aurora, até 2024 a regra permitia a inscrição de até um terceiro longa-metragem de um mesmo realizador, com intenção de acompanhar o desenvolvimento e a evolução de novos autores.

“Atualmente, esses realizadores, após o lançamento do primeiro longa, já ganham visibilidade e passam a circular em outros festivais, atingindo notoriedade muito mais rapidamente. Ao chegarem ao segundo ou terceiro trabalho, muitos têm carreiras em andamento e isso tornou necessário repensar os critérios da Aurora para valorizar a ideia de estreia e de novidade”, completa Francis.

Os selecionados para esta primeira edição da nova fase da Aurora são “Margeado” (ES), de Diego Zon; “Um Minuto é uma Eternidade para Quem está Sofrendo” (SE), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro; “Nem Deus é tão Justo quanto seus Jeans” (SP), de Sergio Silva; “Kickflip” (SP), de Lucca Filippin; “Cartografia das Ondas” (RJ), de Heloisa Machado; e  “Resumo da Ópera” (CE), de Honório Félix e Breno de Lacerda.

A Foco, dedicada a curtas-metragens, mantém o perfil da pluralidade e radicalidade. “Estamos sempre atentos à emergência de expressões sofisticadas de quem está começando pelo curta ou de cineastas experientes que continuam explorando o formato como meio de experimentação e refinamento”, exalta Francis Vogner.

Os curtas da Foco este ano são “Não me Abandone” (SP), de Gabriel Vieira de Mello; “Entre Corpos” (AL), de Mayra Costa; “Osmo” (DF), de Pablo Gonçalo; “Estrela Brava” (RJ), de Jorge Polo; “Memórias Despejadas (ou A Enchente Levou Tudo, E Encontraram A Luta)”, de Juliana Koetz (RS); “Trabalho de Amor Perdido” (SP), de Vinícius Romero; “Ver Céu no Chão” (CE e RJ), de Isabel Veiga; “Tamagotchi_balé” (RJ), de Anna Costa e Silva; “Sem Título # 9: Nem Todas as Flores da Falta” (SP), de Carlos Adriano; “HEYARI: Espalhar Fumaça para Fazer Adoecer Colocando Feitiço no Fogo” (SC), de Daniel Velasco Leão; “Jamais Visto” (MG), de Natália Reis; “O Mediador” (BA), de Marcus Curvelo; e “Marmita” (SP), de Guilherme Peraro.

As três seções competitivas em Tiradentes, embora distintas em seus recortes, dialogam entre si por meio da imaginação criativa e da busca por formas de expressão que surpreendam o público. Para Francis Vogner, o momento atual do cinema brasileiro é propício tanto a essa diversidade quanto à valorização de propostas fora do convencional.

“Se em algum momento o novo estava associado apenas ao jovem, hoje entendemos que ele atravessa gerações. Temos esse ano realizadores estreando nos anos 2020 e outros que iniciaram suas trajetórias nos anos 1960, todos movidos pela inquietação e pela vontade de criar algo fora do comum”, reflete.

As mostras Olhos Livres e Foco são avaliadas pelo Júri Oficial, que escolhe o melhor filme e alguns outros prêmios especiais. Em 2025 os integrantes são Carlos Francisco (MG), ator; Cíntia Gil (Portugal), programadora; Ivo Lopes Araujo (CE), cineasta; Juçara Marçal (SP), cantora e compositora; e Rita Vênus (PE), crítica e curadora.

Já a Mostra Aurora terá o Júri Jovem, formado por estudantes selecionados numa oficina de crítica de cinema e composto por Clara Prado (SP), Letras, USP; Duds Tuts (MG), Cinema e Audiovisual, PUC Minas; Giulia Belmonte (RS), Cinema e Audiovisual, UFPel; Otávio Osaki (SP), Comunicação Social – Midialogia, Unicamp; e Sofia Carlos (RN), Comunicação Social – Audiovisual, UFRN.

Confira a seleção completa das mostra competitivas

Olhos Livres

  • “A Primavera” (PE), de Daniel Aragão & Sergio Bivar
  • “As Muitas Mortes de Antônio Parreiras” (RJ e CE), de Lucas Parente
  • “Batguano 2” (PB), de Tavinho Teixeira
  • “Deuses da Peste” (SP/MG), de Gabriela Luíza e Tiago Mata Machado
  • “O Mundo dos Mortos” (RJ), de Pedro Tavares
  • “Prédio Vazio” (ES), de Rodrigo Aragão
  • “A Vida Secreta de Meus Três Homens” (PE), de Letícia Simões

Aurora

  • “Cartografia das ondas” (RJ), de Heloisa Machado
  • “Kickflip” (SP), de Lucca Filippin
  • “Margeado” (ES), de Diego Zon
  • “nem deus é tão justo quanto seus jeans” (SP), de Sergio Silva
  • “Resumo da Ópera” (CE), de Honório Félix e Breno de Lacerda
  • “Um Minuto é uma Eternidade para Quem está Sofrendo” (SE), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro

Foco

  • “Entre Corpos” (AL), de Mayra Costa
  • “Estrela Brava” (RJ), de Jorge Polo
  • “HEYARI: espalhar fumaça para fazer adoecer colocando feitiço no fogo” (SC), de Daniel Velasco Leão
  • “Jamais Visto” (MG), de Natália Reis
  • “Marmita” (SP), de Guilherme Peraro
  • “Memórias Despejadas (ou A Enchente Levou Tudo, E Encontraram A Luta)”, de Juliana Koetz (RS)
  • “Não Me Abandone” (SP), de Gabriel Vieira de Mello
  • “O Mediador” (BA), de Marcus Curvelo
  • “Osmo” (DF), de Pablo Gonçalo
  • “Sem Título # 9: Nem Todas as Flores da Falta” (SP), de Carlos Adriano
  • “Tamagotchi_balé” (RJ), de Anna Costa e Silva
  • “Trabalho de Amor Perdido” (SP), de Vinícius Romero
  • “Ver Céu no Chão” (CE e RJ), de Isabel Veiga

Serviço:

28ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Quando: de 25 de janeiro a 1º de fevereiro

Mais informações: no site www.mostradetiradentes.com.br ou no Instagram @universoproducao

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