
A Parada pela Diversidade Sexual do Ceará chega à sua 24ª edição no próximo dia 29 de junho, com a expectativa de reunir cerca de 1 milhão de pessoas na avenida Beira Mar, em Fortaleza. A tradicional marcha, que celebra o orgulho LGBTQIA+ e reivindica direitos, é organizada pelo Grupo de Resistência Asa Branca (Grab).
O tema deste ano, “Quem chora por nós? Visibilidades, orgulho e direito de envelhecer”, presta homenagem à ativista e travesti Thina Rodrigues, uma das fundadoras do movimento trans no Ceará e referência nacional no ativismo LGBTQIA+. A data da Parada em 2025 coincide com o dia da morte de Thina, vítima da Covid-19 em 2020, uma entre as mais de 700 mil vidas perdidas na pandemia no Brasil.
A construção do tema foi fruto de encontros entre o Grab e representantes de outros movimentos sociais e tem três eixos principais:
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Reforçar a visibilidade LGBT, principalmente diante do avanço do conservadorismo e da extrema direita no país.
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Exaltar o orgulho de ser LGBT, reconhecendo as trajetórias de resistência que mantêm viva a própria Parada e o movimento.
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Reivindicar o direito de envelhecer com dignidade, sobretudo para pessoas trans e travestis, cuja expectativa de vida no Brasil ainda é de apenas 35 anos — em um país que lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans há 16 anos consecutivos.
“Mas envelhecer não é só viver mais anos. Queremos envelhecer com cidadania, dignidade, acesso à moradia, alimentação, aposentadoria e condições de vida adequadas”, reforça Dary Bezerra.
Trio elétrico, madrinhas e programação
Até agora, estão confirmados oito trios elétricos, podendo chegar a nove, que levarão muita música, discursos e performances para a avenida Beira Mar. As atrações musicais serão divulgadas em breve.
Além do Grab, também terão trios na Parada as seguintes instituições: Governo do Estado/Sediv, Prefeitura de Fortaleza/Coediv, Parada na Delas, Instituto Saile, Casa de Andaluzia, Fetamce e a Trielétrica, que será comandada pela jornalista e apresentadora do Balanço Geral Ceará, da TV Cidade, Katiúzia Rios, ex-madrinha da Parada, que retorna ao evento com uma estrutura própria e diversos convidados.
Pela primeira vez, a Parada do Ceará terá duas madrinhas: as travestis Labelle Rainbow e Viviane Venâncio, ambas figuras históricas do movimento trans cearense, com ampla atuação no Grab e na construção de edições anteriores da marcha.
A Parada pela Diversidade Sexual do Ceará é realizada desde 1999, com organização oficial do Grab. A edição de 2025 conta com apoio do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Diversidade (Sediv), e da Prefeitura de Fortaleza, através da Coordenadoria Especial da Diversidade da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Coediv/SDHDS).