
O volume das vendas no comércio varejista cearense aumentaram 2,6% em janeiro. Esta é a primeira alta desde setembro do ano passado, quando o crescimento foi de 2,8%. Após, o segmento registrou três meses de queda consecutivos (-0,9% em outubro, -0,2% em novembro e -0,5% em dezembro). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última quinta-feira (14).
Já no acumulado no ano, o avanço é de 8,2%, mesmo percentual registrado no acumulado dos últimos 12 meses. Segundo o IBGE, na comparação interanual, o comércio também cresceu 8,2% frente a janeiro de 2023, quando o índice havia sido de 1,0%. Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu 8,2% frente a janeiro de 2023. Considerando as oito atividades pesquisadas, em relação ao mesmo mês do ano anterior, duas tiveram taxas negativas: livros, jornais, revistas e papelaria (-18,2%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-17,4%).
As outras seis atividades apresentaram resultados positivos, com a maior contribuição vindo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,0%), seguida por Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,7%), Tecidos, vestuário e calçados (6,3%), Combustíveis e lubrificantes (5,8%) e Móveis e eletrodomésticos (4,9%).
“Observamos melhora do mercado, da renda, pessoas com mais recursos. Isso é reflexo do salário mínimo. Voltamos a ter ganho real. Dados do IBGE mostram que no Ceará a renda do trabalhador melhorou nos últimos anos. São pontos positivos e que mostram o fortalecimento dessa cadeia. O comércio varejista depende do consumo das famílias e as pessoas estão voltando a acreditar na economia e a consumir. É reflexo de mais renda e recursos e tudo isso projeta mais crescimento e perspectiva de mais avanço para o ano. O varejo será potencializado com a antecipação do 123 por exemplo. Outra data que chegará será o Dia das Mães e isso também potencializará o comercio”, disse o economista Wandemberg Almeida.
Varejo ampliado
No comércio varejista ampliado, houve taxas positivas em duas das três atividades adicionais que são consideradas na comparação com o mesmo período do ano anterior: Veículos, motos, partes e peças (8,7%) e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,1%). Já o material de construção apresentou redução (-1,0%). A variação entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 foi de -1,9%, segundo menor resultado entre as Unidades da Federação, ficando atrás apenas de Santa Catarina (-2,1%). Frente a janeiro de 2023, o aumento das vendas foi de 7,6%. O acumulado no ano está em 7,6%, e o acumulado dos últimos 12 meses, em 7,5%.
Brasil
Na passagem de dezembro para janeiro, as vendas no comércio varejista no país aumentaram 2,5%. É a primeira alta estatisticamente significativa desde setembro do ano passado, quando o crescimento foi de 0,8%. Depois disso, o comércio passou por dois meses de estabilidade (-0,3% em outubro e 0,2% em novembro) e um de queda (-1,4% em dezembro). Com isso, em janeiro, o setor operava 5,7% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 0,8% abaixo de seu nível recorde, alcançado em outubro de 2020.
“O comércio varejista veio de dois meses mais fracos, em que os resultados foram bastante abaixo do que poderíamos ter visto. Esse é um comportamento que foi observado não só em 2024, mas também em outros anos, quando, por exemplo, houve queda nas vendas no fim de 2022 e uma recuperação em janeiro”, lembra o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. Cinco das oito atividades investigadas na pesquisa avançaram em janeiro deste ano. Dentre elas, os destaques foram as de tecidos, vestuário e calçados (8,5%) e de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (6,1%), que exerceram as principais influências sobre o resultado total do comércio varejista.