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Menina de 4 anos internada no HM há mais de um ano, recebe alta após transplante

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Amália Vitória Maciel, de apenas 4 anos, carrega no nome sua história de superação. Diagnosticada com uma cardiopatia congênita complexa, tipo ventrículo único, a pequena moradora de Parnaíba, no Piauí, passou por duas cirurgias cardíacas antes de entrar na fila de espera por um transplante. A menina ganhou um novo coração e, após 1 ano e 4 meses de internação no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), recebeu alta na última sexta-feira (19).

Uma despedida emocionante reuniu os profissionais do Serviço de Cardiologia Pediátrica da unidade que acompanharam de perto a difícil jornada da garota. Amália enfrentou muitos momentos delicados. As cirurgias para a correção do ventrículo único – condição em que a pessoa nasce com apenas um ventrículo para suportar todo o sangue que vem do corpo e do pulmão – não trouxeram o resultado esperado, devido à complexidade da doença.

Por isso, fizeram com que a paciente permanecesse na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante quase toda a internação. Amália foi, então, incluída na fila para o transplante cardíaco, única e última alternativa de tratamento.

Foram oito meses de espera até a chegada de um órgão compatível. No último dia 4 de abril, a criança e todos ao seu redor resgataram a esperança: o procedimento foi realizado com sucesso.

Para a médica e coordenadora do Serviço de Cardiologia Pediátrica do HM, Klébia Castelo Branco, o caso de Amália foi um grande aprendizado. “Ela e os pais ensinaram para toda a equipe do hospital o significado de cuidado, dedicação, perseverança, resiliência, fé e amor. É uma alegria muito grande vê-la saindo pela porta da frente, com novos batimentos”.

Na alta, a pequena paciente foi acarinhada por profissionais do HM que acompanharam a jornada da menina – Foto: Jéssica Fortes/Ascom Hospital de Messejana 

Usando um vestido azul, bordado com todo carinho pela avó, Amália distribuiu sorrisos e beijos para os “tios” que fez no HM. Os pais da pequena expressaram profunda gratidão à dedicação e à atenção de todos os colaboradores do equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

“Vocês foram nossa família durante esse longo período. Não temos como descrever a alegria por poder levar nossa filha para casa. A ficha não caiu. Estamos muito felizes, mesmo sabendo de todos os cuidados e das visitas semanais a serem feitas ao hospital. É um alívio muito grande poder sair com ela”, comemora a mãe, Ana Maria Maciel.

E continua: “Eu defendo essa instituição, porque nós vivemos juntos desses profissionais, vimos de perto o trabalho deles e somos muito gratos por tudo”.

Cuidados especiais e acompanhamento vitalício

Apesar de receber alta hospitalar, os cuidados ambulatoriais e domiciliares serão mantidos e reforçados. A cardiologista e chefe da Enfermaria Pediátrica do HM, Isabel Cristina Leite, explica que, após o transplante cardíaco, os pacientes continuam sendo acompanhados periodicamente, visto que passam a fazer uso de medicações para o resto da vida.

“Amália já iniciou a reabilitação cardíaca com a equipe de Fisioterapia. Ela virá, pelo menos, duas vezes por semana ao hospital para exames periódicos. Esse acompanhamento é fundamental para atestar a recuperação dos pacientes, para prevenir infecções e para acompanhar a rejeição do organismo ao novo coração”, explica Leite.

Referência nacional

O Hospital de Messejana é uma das referências nacionais em transplante cardíaco infantil. De 2002, quando o serviço foi implantado, até o dia 22 de maio de 2023, foram realizados 79 procedimentos.

O Serviço de Cardiopediatria e Transplante do HM tem uma equipe multidisciplinar com diversos especialistas. São cirurgiões, cardiologistas, anestesistas, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, dentistas e nutricionistas.

Na unidade, o paciente com indicação de transplante recebe acompanhamento antes da cirurgia, com a realização de consultas, exames, avaliações nutricionais, sociais e psicológicas, e após o procedimento, com reabilitação cardíaca. Durante seis meses, as pessoas transplantadas fazem atividades físicas supervisionadas.

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