
A medicina cearense tem se aliado à tecnologia para criar condições de formação de novos profissionais. Residentes médicos em Otorrinolaringologia têm vivenciado treinamentos no Centro de Simulação Realística da Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) para cirurgias no ouvido, também chamadas de otológicas, com um diferencial: a utilização de ossos temporais em resina, impressos em 3D na própria GEP.
A técnica, já utilizada em países como a Alemanha, tem sido aplicada no Ambulatório de Diagnóstico, Habilitação e Reabilitação Auditiva do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), instituição da Universidade Federal do Ceará (UFC) gerida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Os ossos temporais são um par de ossos localizados nas laterais esquerda e direita do crânio, com ligação muscular e articular com outros ossos e engloba as orelhas externas, média e interna, explica o professor da UFC e coordenador do Ambulatório, Marcos Rabelo.
“A partir da imagem tomográfica, trabalhamos a peça com as medidas exatas de um paciente. Nestes ossos impressos, temos a possibilidade de inserir estruturas anatômicas importantes, como os nervos facial e vestíbulo-coclear”.
Com esses treinamentos, os residentes, então, se preparam para realizar a cirurgias em pacientes, que são feitas sob supervisão dos seus preceptores. “Essa etapa de simulação realística é fundamental para que os profissionais residentes cheguem ao procedimento cirúrgico com segurança e com o conhecimento das técnicas”, ressaltou Marcos Rabelo.
As peças em 3D deste tipo ósseo possuem características anatômicas de consistência e tamanho similares aos reais. Essa prática já tem sido realizada há dois anos e os protótipos serão patenteados futuramente.
