
Um levantamento do IBGE revela que, entre 2018 e 2023, o número de filhos por mulher caiu 13% no Brasil. No entanto, entre as mulheres acima dos 40 anos, a taxa aumentou em 16,8%. O dado chama atenção de especialistas para os riscos de gestações tardias, especialmente a prematuridade, que pode trazer graves complicações para mães e bebês.
Segundo a ONG Prematuridade.com, o número de partos de mulheres entre 40 e 49 anos subiu de 90,9 mil para 106,1 mil em quatro anos. Enquanto isso, faixas etárias mais jovens registraram queda nas taxas de natalidade.
O médico especialista em gestação de alto risco, Dr. Arlley Cleverson, alerta que a partir dos 35 anos, as mulheres enfrentam redução na qualidade e quantidade dos óvulos, além de alterações hormonais e imunológicas. Esses fatores elevam o risco de condições como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e, principalmente, partos prematuros.
“Doenças crônicas preexistentes e envelhecimento dos gametas masculinos também podem contribuir para complicações. O pré-natal detalhado e individualizado é fundamental nessas situações”, destaca o médico.
Tendência desafia sistema de saúde pública
O aumento das gestações tardias pode sobrecarregar os serviços de atenção materno-infantil e UTIs neonatais. O Brasil está entre os dez países com maior número de partos prematuros, com cerca de 330 mil casos por ano. Com a elevação das gestações em idade avançada, a ONG Prematuridade.com alerta para a necessidade de políticas públicas específicas e fortalecimento da infraestrutura hospitalar.
A diretora-executiva da ONG, Denise Suguitani, destaca campanhas como o Novembro Roxo — mês de conscientização sobre a prematuridade — como ações essenciais para dar visibilidade ao tema e informar a população.