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Fortaleza sediará o maior evento científico sobre digestão anaeróbia da América Latina

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O principal fórum científico sobre digestão anaeróbia (DA) na América Latina será realizado em Fortaleza–CE, entre os dias 14 e 17 de outubro de 2025, no Hotel Oásis Imperial. O XV Workshop e Simpósio Latino-Americano de Digestão Anaeróbia (DAAL) reunirá cientistas de pelo menos sete países.

A digestão anaeróbia é um processo biológico sustentável utilizado no tratamento de resíduos orgânicos, que recupera nutrientes, reutiliza água e gera energia renovável (hidrogênio e metano). Reduz a poluição e as emissões de GEE, favorece a economia circular e contribui para as temáticas de mudanças climáticas e descarbonização.

O simpósio promoverá a troca de conhecimento entre academia, sociedade, órgãos governamentais e setor empresarial sobre o uso da digestão anaeróbia. Serão discutidos temas como tratamento anaeróbio de resíduos sólidos e líquidos, revalorização de resíduos, transição energética e captura de CO2, recuperação de energia via metano ou hidrogênio, recuperação de nutrientes e compostos químicos, reuso de águas e lodo, entre outros produtos, o que enfatiza a sua contribuição para a economia circular.

Podem participar do evento estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, profissionais da área, gestores, políticos, projetistas, instituições de fomento, empresas atuantes no setor do saneamento, indústrias, órgãos públicos e empresas privadas, ONGs e organismos de cooperação internacional interessados e atuantes na área da digestão anaeróbia, energias renováveis, biomassa, tratamento de esgoto, resíduos sólidos, lodo, uso racional da água, nutrientes e energia.

“O uso da digestão anaeróbia apresenta oportunidades significativas, considerando a abundância de resíduos orgânicos, sólidos ou líquidos, como os efluentes municipais e resíduos sólidos urbanos, ou resíduos agrícolas e da agroindústria”, diz o presidente do congresso, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Renato Carrhá Leitão.

Renato Carrhá Leitão explica que o uso da digestão anaeróbia pode reduzir emissões de gases de efeito estufa gerados em aterros sanitários e lagoas de estabilização, passíveis de financiamento a partir de incentivos como os créditos de carbono. Além disso, a digestão anaeróbia pode contribuir para o alcance das metas climáticas nacionais estabelecidas no Acordo de Paris e no compromisso do Brasil com a neutralidade climática.

O professor André Bezerra dos Santos, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará, que também atua como presidente do evento, destaca que além da possibilidade de contribuir para a universalização do setor do saneamento e reduzir as emissões de GEE, a digestão anaeróbia também é uma solução estratégica para transformar resíduos em recursos, promover a geração de energia limpa e integrar práticas sustentáveis, contribuindo diretamente para a descarbonização da economia.

O professor lembra que o mundo passa pela transição da matriz energética para a indústria verde, e que o Ceará busca o protagonismo nesse processo. “Com mais de 30 empresas nacionais e internacionais dispostas a investir na produção de hidrogênio verde, o Ceará tem se destacado com a missão de se tornar um HUB de H2V no país”.

O evento é realizado pela Universidade Federal do Ceará e pela Embrapa, conta com o apoio institucional da International Water Association (IWA), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Sociedade Brasileira de Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuárias e Agroindustriais (Sbera), Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, e Rede Verdes.

Sobre Digestão Anaeróbia

A digestão anaeróbia é um processo natural de degradação da matéria orgânica, no qual microrganismos, na ausência de oxigênio, convertem grande parte do material em biogás, composto principalmente por metano (CH₄) e dióxido de carbono (CO₂).

Esse fenômeno ocorre em diversos ambientes naturais que contêm resíduos orgânicos sem contato direto com a atmosfera – como no sistema digestivo de ruminantes, em pântanos e em sistemas de esgoto – além de ser amplamente aplicado em ambientes controlados, como os biodigestores chamados de reatores anaeróbios. Esse processo biológico possui diversas aplicações no tratamento de resíduos orgânicos e efluentes.

A implementação de reatores anaeróbios reduz custos operacionais nas etapas subsequentes do tratamento, viabiliza a produção de energia renovável a partir do biogás e permite a recuperação de nutrientes por meio do lodo gerado. Além disso, contribui para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa e oferece outras soluções sustentáveis.

Mais informações, inscrições, submissões e programação: daal.ufc.br

 

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