O mal de Alzheimer é o tipo de demência mais comum, representando cerca de 50% a 70% dos casos. Trata-se de um quadro neurológico degenerativo, em que há uma perda lenta e progressiva da parte cognitiva, causando dificuldades no funcionamento social do indivíduo.
No Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Ambulatório de Psicogeriatria atende pacientes com idades a partir de 60 anos, com vários tipos de demência, como o Alzheimer, com encaminhamento médico da atenção básica (postos de saúde).
O equipamento, entretanto, possui um perfil bem diverso, atendendo também casos como depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Em 2024, foram realizados 899 atendimentos. Desse total, 20% é referente ao atendimento de pacientes com diagnóstico de Alzheimer.
O psiquiatra Alexandre Lima, que atua no ambulatório, explica que, no estágio inicial da doença, ocorre um declínio da memória, gerando alterações comportamentais. “Os sinais iniciam, geralmente, com a perda de memória dos fatos mais recentes e vão evoluindo para o esquecimento de histórias distantes. Com o tempo, a pessoa vai perdendo a capacidade de planejamento, influenciando seu desempenho nas atividades diárias. No estágio mais avançado, o paciente vai precisar de ajuda para higienização e outras atividades do dia a dia”, afirma Lima.
De acordo com a coordenadora do Ambulatório de Psicogeriatria do HSM, Lorena Feijó, há fatores de risco que implicam no surgimento do Alzheimer, como a genética e a idade, porém ela destaca outros como o sedentarismo, o isolamento social, a baixa escolaridade, uma rotina sem muito estímulo cognitivo, além de diabetes, pressão alta e obesidade.
Existem algumas formas de prevenir ou atrasar os sintomas da doença. “É importante adotar hábitos como alimentação saudável, prática de exercícios físicos e de estímulos cognitivos, além de controle de doenças clínicas como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, alcoolismo e obesidade”, recomenda a psiquiatra.
Sintomas
Com a perda de memória, desorientação, dificuldades na linguagem e em reconhecer pessoas e lugares, por exemplo, é recomendada a realização de uma consulta com um profissional especializado para confirmar o diagnóstico.
Tratamento
Apesar de não ter cura, a assistência médica ajuda a desacelerar a evolução da doença. “A investigação é feita em consultório, por meio de uma série de testes para avaliar a memória, a capacidade cognitiva e a linguagem. Alguns exames são realizados para excluir outras possíveis causas.
Com a confirmação da doença, o paciente vai apresentar, ao longo do tempo, um declínio das funções cognitivas e comportamentais que se estenderão no decorrer da vida. Porém, com a realização do tratamento e o uso de medicação adequada, a patologia vai sendo lentificada. Por isso, é importante que esse paciente tenha um acompanhamento médico para cuidar da parte clínica e cognitiva/comportamental”, orienta Lima.
Serviço:
Ambulatório de Psicogeriatria do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM)
Endereço: Rua Vicente Nobre de Macedo, S/N, Messejana – Fortaleza – CE
Atenção: É necessário encaminhamento médico da atenção básica (postos de saúde) para ser atendido no ambulatório
