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Diabetes na gestação: saiba como buscar o diagnóstico e confira dicas para evitar complicações

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A hiperglicemia indica diabetes na gestação, condição que atinge 18% das gestantes no País, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Buscar o diagnóstico é fundamental para o tratamento dessa condição. O Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), unidade da rede Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), é referência no Estado.

A diabetes na gravidez pode afetar mulheres que já convivem com a diabetes mellitus tipo 1 (DM1), diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou mesmo em mulheres sem diagnóstico prévio da doença, mas que desenvolvem intolerância à glicose apenas durante a gravidez.

“A doença acontece totalmente sem sintomas. Para descobrir se tem, a grávida precisa fazer o exame. Infelizmente não é só o exame de glicemia em jejum. Às vezes a diabetes gestacional só é detectada no teste oral de tolerância à glicose”, alerta a endocrinologista Cristina Façanha, coordenadora-geral do CIDH. O exame é popularmente conhecido como “exame do líquido doce”.

A recomendação da SBD é realizar a pesquisa da glicemia já no início da gestação e, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), verificar também os níveis de glicemia no sangue por meio do exame oral de tolerância à glicose. Cristina Façanha lembra a importância de o profissional solicitar esses exames durante o pré-natal, na atenção primária, para o diagnóstico correto.

O tratamento pode envolver uso de medicamentos, mas o principal a se fazer é ajustar os hábitos: fazer exercícios físicos, comer de modo saudável e monitorar os índices de glicemia antes e uma hora depois das refeições. Cristina Façanha ressalta que a diabetes é uma condição desenvolvida pela mãe e não pelo bebê.

“O metabolismo da glicose do bebê é totalmente normal, mas tudo que a mãe come é dividido entre ela e o filho. A placenta é ágil para proteger a criança, então ela acaba ‘puxando’ rapidamente esse excesso de açúcar. Daí a necessidade de a mãe mudar sua alimentação. E esse é o principal tratamento para qualquer tipo de alteração”, ensina Cristina.

A pressão do “você precisa comer”

Caso a diabetes gestacional não seja controlada, existem riscos para o desenvolvimento da criança, que pode apresentar má formação ou nascer com macrossomia, ou seja, pesar mais de 4 kg. “O pâncreas do feto passa a produzir grande quantidade de insulina, na tentativa de controlar a hiperglicemia. Como a insulina é um hormônio que estimula o crescimento e o ganho de peso, o feto cresce excessivamente”, explica texto informativo da SBD.

Cristina Façanha lembra que “o bebe não ‘pega diabetes da mãe’, mas ele pode desenvolver ao longo de sua vida problemas metabólicos que podem levar à obesidade e à diabetes”. Além disso, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 é aumentado para a mulher que teve diabetes gestacional.

Daí ser fundamental que a mulher retorne à consulta no pós-parto. “Aquele mesmo ‘exame do líquido doce’ deve ser refeito após o parto, porque o médico precisa classificar se aquela mulher ficou com alto risco de desenvolver diabetes ou se a tolerância à glicemia ficou totalmente normal”, previne Cristina. Esse cuidado é necessário tanto para a saúde da mulher quanto para o planejamento saudável de uma nova gestação, evitando complicações.

Infografia: Leticia Maria/Sesa

Alimentação é aliada

Dayana Alencar, nutricionista do CIDH, explica que as restrições alimentares durante a gestação variam de acordo com o grau de descompensação da diabetes, que é verificada, entre outros fatores, pelos níveis de açúcar no sangue.

“Se está muito descompensada, a grávida começa com uma alimentação um pouco mais restritiva e a gente vai acompanhando ao longo da gestação. A tendência é que ela desenvolva progressivamente uma resistência à insulina cada vez maior, e com isso a dificuldade de controlar o açúcar vai piorando conforme a gestação progride”, detalha Dayana.

A nutricionista lembra que se a grávida já tem uma dieta rica em carboidrato e gorduras, realmente é preciso mais rigor no controle alimentar. “A ideia é que o consumo de frutas, verduras e legumes seja realmente a base da alimentação dela durante toda a gestação”, alerta.

É recomendado também não adicionar açúcares nos alimentos, como geralmente se faz em cafés e chás, por exemplo, e sempre dar preferência ao consumo das frutas in natura no lugar dos sucos. Dayana recomenda ainda evitar comer a fruta muito madura e ter atenção com aquelas muito doces, como manga, ata, jaca, sapoti, melancia, abacaxi e mamão.

Outra dica é não exagerar nas quantidades durante as refeições, distribuindo melhor ao longo do dia. Alimentos ricos em fibras também são importantes aliados no controle da glicemia e da saciedade, acrescenta a nutricionista. Exemplos de alimentos ricos em fibras são verduras, legumes, frutas com cascas e gomos, além de cereais e grãos integrais, como linhaça, chia e gergelim.

Kátia Alves

Editora-chefe do Contexto Notícias é jornalista formada pela Unifanor em 2006, pós-graduada pela Unichristus em MBA em Gerência de Marketing, Assessoria de Comunicação pela Estácio e Língua Portuguesa pela UniAteneu. Foi jornalista da TV Verdes Mares, TV Fortaleza e TV Ceará. Passou pelos site Pirambu News (@pirambunews), Somos Mídia (@somosmidia) e Conexão 085 (@conexao085oficial). Passou pelas assessorias do Instituto Isa Magalhães e Superintendência Federal de Agricultura.

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