
O mercado de seguro no Ceará movimentou R$ 6,2 bilhões no segmento em 2022, 15,7% a mais do que o montante observado em 2021, sem a inclusão dos dados de Saúde e DPVAT. Os dados são da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (SindsegNNe), e foram apresentados na última quarta-feira (23), durante encontro setorial com as lideranças do mercado segurador.
Durante o evento, que aconteceu em Recife (PE), as entidades apresentaram o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), que possui como um dos principais objetivos a ampliação do setor nos próximos oito anos. Construído de forma conjunta, a iniciativa se pauta em quatro eixos que, juntos, devem fazer com que o número de consumidores do mercado cresça em 20% até 2030. A projeção é que com isso, a receita do setor alcance 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ou R$ 1,13 trilhão em números atuais
Nesse cenário, o Ceará é destaque nas regiões Norte e Nordeste e representa uma área importante para o segmento, uma vez que ocupa a 10ª posição no ranking nacional de participação da arrecadação de seguros no PIB estadual, com 2,95%. Quando se considera o ranking da participação da arrecadação estadual no total nacional, o Estado fica em 11º lugar, com índice de 1,8%.
De acordo com dados de dezembro de 2022, o Ceará possui 2,5 milhões de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares e exclusivamente odontológicos, representando 3,1% do número de beneficiários nacionais. Com o novo plano apresentado, a CNseg e o SindsegNNe pretendem expandir ainda mais a cobertura de seguros em todo o país. Apesar de já existirem 65 ações identificadas, o PDMS é um plano vivo, que pode ser alterado com o passar dos anos conforme a necessidade.
Automóveis
Vale ressaltar que o seguro Automóvel apresentou um aumento de 6% em 2022, com mais de R$ 801,0 milhões. O segmento de Capitalização registrou avanço na arrecadação de mais 20,5%, com R$ 563,4 milhões, seguido pelo segmento de Cobertura de Pessoas, com 14,2% a mais em relação ao ano de 2021, totalizando R$ 4,2 bilhões.
O setor segurador cearense ainda teve crescimento no pagamento de indenizações do seguro Rural, com 83,7% (R$ 4,9 milhões) e do Patrimonial, com 101,8% (R$ 116,8 milhões). Responsabilidade Civil também apresentou um avanço expressivo de 309,6% (R$ 4,2 milhões). Títulos de Capitalização registrou uma evolução em seus sorteios e resgates, com um aumento de 10,1% (R$ 438,6 milhões).
O presidente do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindsegnne), Ronaldo Dalcin, destaca que o mercado de seguros vem crescendo constantemente, ano a ano. “Estamos cientes dos desafios e do trabalho que precisam ser realizados, principalmente no que diz respeito à capacitação de todo o nosso ecossistema, visando fortalecer ainda mais o entendimento de que o seguro é uma proteção indispensável para a sociedade e para a economia como um todo”.
Nacional
Nacionalmente, a indústria do seguro se manteve em alta. O pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios (sem Saúde e sem DPVAT) somaram mais de R$ 219,4 bilhões em 2022, volume 15,5% superior a 2021. Quando falamos em arrecadação, o setor viu a demanda avançar 16,2% em relação ao ano de 2021, com mais de R$ 355,9 bilhões em arrecadação (sem Saúde e sem DPVAT).
Para Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, ex-ministro do Planejamento e ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os dados indicam uma tendência de crescimento mais equilibrado. “O ano de 2022 foi muito positivo. As indenizações cresceram em linha com a arrecadação, mantendo assim um mercado saudável”, enfatiza.
CNseg
A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) congrega as empresas que compõem o setor, reunidas em suas quatro Federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap).
A missão primordial da CNseg é contribuir para o desenvolvimento do sistema de seguros privados, representar suas associadas e disseminar a cultura do seguro.