
Um levantamento exclusivo da Sólides, empresa de tecnologia líder em gestão de pessoas para PMEs no Brasil, revela que o trabalho presencial continua sendo a escolha predominante entre as pequenas e médias empresas do Ceará.
Em 2024, 94,4% das vagas abertas foram para esse modelo, mesma proporção registrada em 2023. Enquanto isso, as vagas para trabalho remoto apresentaram um pequeno aumento de 2,9%, chegando a 1,5% do total, e o modelo híbrido recuou 0,7%, mantendo-se em 4%.
Mesmo com o leve crescimento do trabalho remoto, a soma das oportunidades para os modelos remoto e híbrido caiu 0,22% em relação ao ano anterior, representando apenas 5,5% das vagas abertas no estado. Esses números mostram que, apesar das transformações no mercado de trabalho, as PMEs cearenses ainda priorizam a presença física no ambiente corporativo.
“A análise reforça a forte cultura do trabalho presencial nas pequenas e médias empresas do Ceará, que veem no contato direto um fator essencial para a gestão e produtividade. No entanto, o crescimento do trabalho remoto, ainda que tímido, indica que há espaço para maior flexibilização, principalmente em setores que podem se beneficiar dessa dinâmica,” analisa Ale Garcia, co-CEO e cofundador da Sólides.
As PMEs têm um papel fundamental no cenário econômico brasileiro. De acordo com o CAGED, mais de 70% dos novos empregos criados no país são em micro, pequenos e médios negócios nacionais. Os dados também apontam que, embora o trabalho remoto e híbrido sejam reconhecidos por sua eficiência em determinados setores, eles enfrentam desafios estruturais e culturais em muitas PMEs.
“A adoção do trabalho remoto exige investimentos tecnológicos e adaptações que nem todas as empresas conseguem implementar rapidamente. Já o modelo híbrido, que poderia ser um meio-termo, parece estar perdendo força, talvez pela complexidade de gestão e coordenação que ele traz”, analisa Garcia.
Em todo o país, 89,7% das vagas abertas no ano passado pelas mais de 35 mil PMEs parceiras da HR Tech foram para o modelo presencial, um aumento em relação aos 87,8% de 2023. Já o modelo híbrido respondeu por 6% das oportunidades (queda de 7,6% em 2023), e o remoto, por 4,2% (ante 4,5% no ano anterior). Somando remoto e híbrido, a queda proporcional foi de 15,6%, evidenciando um movimento contrário à flexibilidade que marcou anos anteriores.
Mesmo com a retração das modalidades de trabalho remoto e híbrido, Ale acredita que os modelos flexíveis ainda têm espaço para crescer no futuro: “Com a contínua transformação digital e a modernização das PMEs, modelos híbrido e remoto podem voltar a ganhar força no futuro. É um movimento que tem potencial para acontecer de forma mais gradual e consistente.”