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Azia e refluxo são sequelas possíveis do coronavírus no sistema gastrointestinal, revela pesquisa

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O comprometimento da mucosa do esôfago é mais uma das possíveis sequelas do coronavírus, o que favorece o desenvolvimento de azia e refluxo ácido. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), que identificou o aumento de sintomas esofágicos após a alta hospitalar de pacientes internados em razão da Covid-19 durante o primeiro ano da pandemia, em 2020.

Os pesquisadores acompanharam 55 pacientes internados devido à covid-19 no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), em Fortaleza, em 2020. No acompanhamento pós-covid, realizado entre 3 e 6 meses após a alta, houve um aumento significativo de manifestações gastroesofágicas: a azia foi mencionada por 9% dos pacientes durante a hospitalização e subiu para 32,7% após a recuperação da covid, enquanto o refluxo passou de 10,9% para 30,9%.

Seis meses após a alta, 25 dos 55 pacientes pós-covid e 8 pessoas do grupo de controle (sem a doença nem sintomas gastrointestinais) foram submetidos à endoscopia digestiva. Cada indivíduo teve amostras de sua mucosa esofágica coletadas para avaliação da integridade da barreira celular. As biópsias dos pacientes pós-covid revelaram aumento expressivo da citocina inflamatória IL-8 e da proteína Claudina-2, quando comparados ao grupo de controle, em meio ácido.

A citocina IL-8 é considerada um fator-chave no desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofágico. Já as claudinas são identificadas como reguladoras da integridade das junções entre as células que revestem o esôfago e impedem a passagem de substâncias entre elas, protegendo o tecido esofágico de ácidos, enzimas digestivas e outros elementos irritantes.

Esse fenômeno está associado ao aumento da permeabilidade do esôfago ao pH ácido, indicando comprometimento do epitélio esofágico (camada de células que reveste o interior do órgão e funciona como barreira física e imunológica).

O professor Miguel Ângelo Souza, do Departamento de Medicina Clínica e do Núcleo de Biomedicina (Nubimed) da UFC explica que “quando se perde a integralidade da mucosa, o indivíduo está mais sujeito a doenças, e o esôfago é mais vulnerável a refluxo”.

A pesquisa é tema da reportagem desta semana da Agência UFC, veículo de divulgação científica da universidade. A matéria completa traz mais detalhes sobre as conclusões do estudo e sobre as consequências da chamada “covid longa”.

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