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Hospital César Cals realiza histerectomia subtotal durante parto de paciente usando técnica inédita

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Foram somente seis dias até a alta hospitalar, após a cesárea. Maria Aparecida Matias Rodrigues, de 40 anos, retornou para casa no último dia 27 de setembro, com quadro estável, apesar da gestação de risco e do parto em meio à 34ª semana. A parturiente apresentou acretismo placentário, condição anormal em que a placenta entra na parede uterina, podendo atingir outros órgãos.

Aparecida foi a primeira paciente do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a passar por uma cesárea com histerectomia subtotal após balonização das artérias ilíacas, procedimento de alta complexidade inédito na rede pública de saúde cearense.

“É a primeira cirurgia deste porte em hospital público no Estado. A paciente foi altamente beneficiada”, destaca Flávio Ibiapina, chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HGCC.

Foto: Thiago Freitas/SESA

O obstetra Elson Almeida explica que uma equipe composta por cirurgiões obstetras e vasculares, anestesiologistas, neonatologias, enfermeiros e técnicos, além de residentes e internos, participaram do procedimento, dividido em três etapas, no qual foi retirado apenas o corpo uterino, sendo preservado o colo do útero.

“No primeiro (momento), foi realizado o cateterismo, no qual os profissionais da Cirurgia Vascular introduziram um balão nos vasos que irrigam o útero, na artéria ilíaca. Depois, entramos para fazer a cesárea. Até aí, nada impediu que o fluxo chegasse ao útero da paciente. Assim que tiramos a criança, o balão foi inflado, o que fez entupir a artéria ilíaca interna, impedindo que o útero recebesse o sangue normalmente. Essa interrupção viabilizou a histerectomia com uma segurança muito maior”, detalha Almeida.


Aparecida foi a primeira paciente do Hospital Geral Dr. César Cals a passar por uma cesárea com histerectomia subtotal – Foto: Thiago Freitas/SESA

Moradora de Tauá, no Interior, Aparecida foi internada no dia 23 agosto, permanecendo em observação e sob cuidados até o dia do parto, em 21 de setembro. “Eu me senti segura. Eles me explicaram tudo. Fiquei apreensiva, mas confiei e, graças a Deus, deu tudo certo”, comemora.

Procedimento inédito

A cirurgia, até então inédita na rede pública de saúde do Ceará, foi incluída no rol de serviços do HGCC, conforme indicação clínica. O procedimento permite maior segurança à gestante e ao bebê, evita a realização de transfusões sanguíneas e diminui o tempo de internação, reduzindo chances de encaminhamento para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Enquanto unidade de ensino e futuro hospital universitário, a realização do método amplia o aprendizado e o aperfeiçoamento de técnicas já utilizadas no HGCC.

“A primeira importância é a própria segurança da paciente, num ambiente de ensino em que os residentes em formação vejam que o procedimento existe e que é plausível de utilizá-lo. O segundo ponto é que a gente traz para dentro do nosso hospital esse reconhecimento de que nós conseguimos fazer uma Medicina de primeiro mundo. A cada dia, percebemos que o HGCC tem todo potencial”, argumenta o obstetra Elson Almeida.

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