
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá se submetido a uma cirurgia neste domingo (13) em Brasília. Segundo aliados do ex-presidente, exames clínicos indicaram uma piora no seu estado de saúde.
Ele tem novos pontos de obstrução intestinal. O problema é uma sequela comum em pacientes com intervenções extensivas na região abdominal. Bolsonaro já fez cinco cirurgias desde que recebeu uma facada na barriga durante a campanha eleitoral de 2018, quando foi eleito presidente.
O político foi internado na sexta-feira (11) em Natal, após passar mal com dores durante um evento para defender a anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e, por extensão, a si mesmo.
Por decisão da sua mulher, Michelle, ele será transferido para Brasília numa UTI aérea. Chegando, será internado no hospital DF Star, outra opção da esposa, que vetou sua ida a São Paulo, como aliados defendiam.
“O presidente está bem, lúcido, estável, tranquilo”, havia dito neste sábado (12) o ex-ministro e senador Rogério Marinho (PL-RN), que acompanhou Bolsonaro em Natal. Nem ele, nem o boletim médico divulgado pelo hospital local citam a possibilidade da cirurgia.
Um boletim médico divulgado, na manhã desse sábado pelo Hospital Rio Grande, onde o ex-presidente está internado, confirma que a transferência ocorre por decisão própria de Bolsonaro e familiares.
“Por decisão pessoal do senhor ex-Presidente, em conjunto com sua família, e visando dar continuidade ao tratamento com o suporte e proximidade de seus entes queridos, está programada para o decorrer do dia de hoje sua transferência para a cidade de Brasília/DF”, diz o boletim assinado pelo diretor técnico do hospital, Luiz Roberto Leite Fonseca.
Segundo uma pessoa com conhecimento da situação, a decisão final sobre a operação deverá ser feita após novos exames, mas era dada como certa por aliados.
Em vídeo nas redes sociais, o ex-presidente diz que passará ainda por avaliação para saber se haverá necessidade de intervenção cirúrgica, mas não detalhou o motivo.
Se realizada, a cirurgia será comandada por Claudio Birolini, especialista em reconstrução abdominal do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, que atenderá Bolsonaro todo o acompanhamento da saúde do ex-presidente da facada até aqui estava a cargo do médico Antonio Luiz Macedo, de São Paulo.
Ele chegou a ser consultado pelo ex-ministro Gilson Machado, que estava com Bolsonaro quando ele passou mal no interior do Rio Grande do Norte, mas não foi chamado a Brasília.
Nessa sexta-feira (11), o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou a decisão da Primeira Turma que tornou Bolsonaro e mais sete aliados réus por planejarem e tentarem um golpe de Estado. O STF também abriu a ação penal contra o ex-presidente e o ministro Alexandre de Moraes concedeu prazo de cinco dias para os advogados apresentarem defesa prévia.