
Os benefícios da musculação são muitos: promove o ganho de força e massa muscular, diminui a gordura corporal, contribui para o bem-estar e a saúde mental. Estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aponta que a musculação pode proteger o cérebro de idosos contra demências, a informações foi divulgada pela Agência Fapesp e a revista GeroScience.
O estudo envolveu 44 idosos com comprometimento cognitivo leve, divididos em dois grupos, e revelou que aqueles que praticavam musculação mantiveram melhor saúde cerebral.
“Além de testes neuropsicológicos, realizamos exames de ressonância magnética no início e no final do estudo. São resultados muito importantes por indicarem a necessidade de, no nível da atenção básica de saúde, incluir mais educadores físicos no sistema público, já que o aumento da força muscular está associado à diminuição do risco de demência. É um tratamento menos complexo e mais barato capaz de proteger as pessoas de doenças graves”, diz Marcio Balthazar, pesquisador do Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, e orientador do estudo, à Agência Fapesp.
A prática regular de exercícios de força não só melhora a força física e a saúde mental, mas também mantém o volume cerebral e melhora a comunicação entre neurônios.
Além disso, a atividade física regular contribui para uma melhor qualidade de vida, reduzindo riscos de quedas e melhorando a memória e a criatividade.
“Todos os indivíduos do grupo que praticou musculação apresentaram melhoras de memória e na anatomia cerebral. No entanto, cinco deles chegaram ao final do estudo sem o diagnóstico clínico de comprometimento cognitivo leve, tamanha foi a melhora. Isso nos leva a imaginar que treinamentos mais prolongados, de três anos, por exemplo, possam reverter esse diagnóstico ou atrasar qualquer tipo de progressão da demência. Sem dúvida é algo que traz esperanças e que precisa ser investigado futuramente”, afirma Isadora Ribeiro, bolsista de doutorado da FAPESP na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e primeira autora do artigo, à Agência Fapesp.
Diante dos resultados, os pesquisadores acreditam que um período mais longo de treinamento promova resultados ainda mais positivos.
Fonte: O Globo