
Desde que era pequena e andava de bicicleta fantasiada de princesa e segurando uma lupa, a estudante Cellina Landim queria aprender mais sobre o mundo. “Dizia que era uma princesa cientista”, conta. Neste ano, aos 17, a jovem pesquisadora vai para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, para apresentar um projeto na Expo-Sciences International (ESI) 2025.
Premiada com a 1ª colocação na categoria saúde da Expo Nacional Milset Brasil 2024, a pesquisa “Síntese, atividade biológica e estudo computacional de um novo metalocomposto como possível promotor da vasodilatação” foi classificada para a exposição global. Voltado para ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, o evento será realizado entre 27 de setembro e 3 de outubro de 2025.
Atualmente estudante do 3º ano do Ensino Médio no Colégio Farias Brito, Cellina participa de feiras científicas desde o 6º ano do Ensino Fundamental. Naquela época, ela era aluna do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, instituição pública do Estado, e teve a primeira experiência em uma mostra da escola, quando expôs um trabalho sobre biofertilizantes.
“Eu gostei tanto de apresentar que eu falei que queria continuar, queria apresentar em mais cantos, porque eu realmente tinha adorado aquilo ali”, lembra. E foi em uma dessas feiras que participantes do Laboratório de Farmacologia de Venenos, Toxinas e Lectinas (Lafavet) da Universidade Federal do Ceará (UFC) falaram para ela sobre uma vaga para Iniciação Científica Júnior na unidade.
Desde então, começou a frequentar o laboratório, onde acompanhava experimentos e observava o dia a dia de pesquisadores de mestrado e doutorado. Com a proximidade da inscrição de projetos em feiras científicas, ela passou a ir para a Universidade semanalmente, com apoio da escola para o transporte até a UFC e disponibilidade de professores para tirar dúvidas.
No laboratório, Cellina explica que já havia estudos sobre o potencial vasodilatador de algumas moléculas para aplicação no tratamento de doenças cardiovasculares — que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são a principal causa de morte no mundo.
O objetivo era encontrar uma alternativa para esses casos que seja menos tóxica e que consiga adentrar a célula de forma mais fácil. “O principal fármaco que a gente tem, o nitroprusiato de sódio, causa muitos problemas, pode causar câncer, é extremamente tóxico, tem cianeto na composição”, explica a estudante.
Fonte: Diário do Nordeste.