Home Cultura Ainda Estou Aqui vence prêmio Goya de melhor filme ibero-americano

Ainda Estou Aqui vence prêmio Goya de melhor filme ibero-americano

5 min read
0
0
21

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, venceu, neste sábado (8), o prêmio Goya 2025, na categoria de melhor filme ibero-americano. A premiação é considerada a principal do cinema espanhol.

Esta é a primeira vez que uma produção brasileira é indicada e vence a categoria. Nesta 39ª edição do prêmio, a produção brasileira concorria com outros quatro filmes: El jockey, da Argentina; Agarrame fuerte, do Uruguai; No lugar da outra, do Chile; e Memorias de un cuerpo que arde, da Costa Rica.

Em carta lida no momento do recebimento do troféu Goya, o diretor Walter Salles agradeceu a distância o prêmio à academia de cinema espanhol e ressaltou que esta é a primeira vez que um filme brasileiro foi indicado a uma categoria do Goya.

Ainda Estou Aqui é um filme sobre a memória de uma família, durante a longa noite da ditadura militar no Brasil, que está entrelaçada com a memória do meu país. Gostaria de dedicar esse prêmio ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e toda a sua família, a Fernanda Montenegro e a Fernanda Torres”, disse em carta o diretor Walter Salles.

Prêmio e indicações

Foto: Jason Armond/Los Angeles Times via Getty Images

Em janeiro, a atriz Fernanda Torres já havia sido premiada com o Globo de Ouro, em Los Angeles, de melhor atriz na categoria Drama pela atuação em Ainda Estou aqui. Esta foi a primeira vez que a premiação foi entregue a uma brasileira.

O filme Ainda Estou Aqui também foi indicado a três categorias do Oscar 2025: a de Melhor Filme; Melhor Filme Estrangeiro; e a atriz Fernanda Torres foi indicada à categoria de Melhor Atriz. A cerimônia do Oscar 2025 está agendada para 2 de março, também em Los Angeles.

Filme

O drama brasileiro Ainda Estou Aqui é baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua mãe, a advogada e ativista pelos direitos humanos Eunice Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. O papel de Eunice Paiva, falecida em 2018, foi interpretado por Fernanda Torres.

O enredo aborda a luta pela democracia, a resistência à opressão, a força da mulher, a busca por desaparecidos políticos e a importância da memória, a partir do desaparecimento, em 1971, do ex-deputado federal Rubens Paiva (com atuação de Selton Mello), marido de Eunice Paiva. O político brasileiro, que teve seus direitos políticos cassados em 1964, com o golpe militar, foi torturado e assassinado, no Rio de Janeiro. Seu corpo nunca foi encontrado.

Em 1996, foi emitido o atestado de óbito de Rubens Paiva. Em 2025, a certidão de óbito foi corrigida para constar que sua morte foi causada por agentes do Estado durante a ditadura militar.

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais por Kátia Alves
Carregar mais Cultura

Deixe um comentário

Verifique também

CAIXA Cultural Fortaleza recebe segunda edição do Festival Danças de Enfrentamento

Começa nesta quinta-feira, 1° de maio, o Festival Danças de Enfrentamento – 2ª edição, que…