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Saúde mental no trabalho: seis dicas para empresas e profissionais se equilibrarem

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O ambiente de trabalho é considerado, por muitas pessoas, o “segundo lar”. Afinal, boa parte das horas diárias são vivenciadas ali.

Para manter a segurança, precisa estar adequado às Normas Regulamentadoras (NR) vigentes; mas além disso, é preciso que também promova o bem-estar dos colaboradores e esses tenham a liberdade de uma gestão participativa. Isso garante a boa qualidade da saúde mental das equipes, e contribui para melhores resultados.

Para garantir que o local de trabalho seja saudável e equilibrado entre corporativo e pessoal, dois psicólogos dos Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), dão dicas importantes sobre comportamento, estrutura e saúde mental na vida profissional.

Ambiente

“É importante que o ambiente gere conforto, com temperatura agradável – nem muito quente e nem tão frio -, que não seja tão fechado ao ponto de gerar claustrofobia, que não seja tão barulhento e caótico, organizado. Ou seja, que não venha a gerar um estresse para quem tem de desenvolver suas atividades no local. Claro que essas sensações irão variar de pessoa para pessoa, mas o bom-senso deve prevalecer e todos devem colaborar”, inicia o especialista Gabriel Banzato.

Valorização e Coleguismo

Além dos cuidados com o ambiente, a empresa também precisa desenvolver programas de valorização de equipes. “É essencial valorizar e cuidar dos funcionários que se dedicam a fazer a empresa funcionar, com remuneração compatível com a função, suporte e estrutura, amparo emocional, benefícios como vale-refeição, convênios com academias e convênios médicos. Também é essencial promover momentos de descontração, como festas, reuniões e treinamentos, que tornam o momento profissional mais afetuoso, estimulando o coleguismo”, sugere a psicóloga Roberta Von Zuben.

Pausas

Ambos os psicólogos consideram saudáveis os momentos de pausa. “Em momentos em que se percebe que a concentração já não está tão boa, ou em algum momento de maior estresse ou ansiedade, é recomendável parar por alguns minutos, respirar um pouco, sair por alguns instantes daquele ambiente, dar uma pequena caminhada, tomar um cafezinho. Afinal, é impossível conseguir manter a atenção por um período de oito horas seguidas e nós temos que respeitar esse limite”, sugere Banzato.

Ele lembra que os períodos de intervalo, almoço, horário de saída e folgas nunca devem ser negligenciados. “Quando a pessoa deixa de fazer essas pausas, a longo prazo, ela vai se estafando e, em casos extremos pode desenvolver a síndrome de Burnout, ou seja, Síndrome do Esgotamento Profissional. Então acaba adoecendo e sendo impossibilitada de trabalhar”, alerta.

No caso do período de férias, Roberta destaca que o ideal são 30 dias. “O próprio colaborador acaba por vender parte de suas férias para que não passe o período com a cabeça pensando em como irá pagar suas contas. Outras vezes, quebra as férias em vários períodos por motivos financeiros. O certo, é que o colaborador se programe para este período de 30 dias e, de fato possa usufruir desse descanso, retornando às atividades sem prejuízos para a saúde”, diz.

Pressão

Em qualquer empresa, alguns momentos exigem maior pressão por parte das equipes, líderes e alta gestão. Para que não se tornem grandes “catástrofes” e sejam lembrados como cases de superação, todos precisam se apoiar e respeitar.

“Sempre existirá pressão, mas o importante é manter a comunicação, ter um bom diálogo com os superiores e ter a liberdade de ser sincero, poder dizer o que é possível fazer e o que não é. Deixar claro o que consegue realizar e o que irá tentar realizar para que isso não se torne um momento de estresse, autocobrança e ansiedade”, sugere Roberta. Por outro lado, com essas informações, os líderes também terão condições de buscar soluções para que a meta, neste momento de pressão, possa ser alcançada.

Pessoal x profissional

Na teoria, parece fácil, mas nem sempre é possível fazer com que problemas pessoais não interfiram na vida profissional e vice-versa. Roberta diz que o segredo para conseguir fazer essa separação é praticar e, caso não seja suficiente, procurar ajuda profissional.

“É um processo. Se a pessoa realmente tem muita dificuldade dessa separação, ela deve procurar ajuda profissional para aprender e ser orientada. Não é fácil, pois, dentro de uma única pessoa há um corpo, espírito, trabalho, estudo, família, mãe, pai, irmãos, filhos… Mas é essencial ter essa separação e cuidar, no momento certo, de cada coisa/situação. Caso contrário, nada evolui e as crises de ansiedade, depressão e transtorno podem surgir neste momento, prejudicando ainda mais a saúde mental”, aconselha.

Respeito

Banzato afirma que um ambiente de trabalho saudável para a saúde mental dos profissionais e capaz de gerar bons resultados para a empresa tem como base, principalmente, o respeito. “Respeitar uns ao outros, os horários de almoço, de pausa, de respiro, de hierarquia, diálogo, de valores, enfim, o respeito às questões que muitas vezes nem podemos imaginar, mas que são fundamentais para um ambiente diferenciado, próspero e que despertam o sentimento de prazer em fazer parte”, finaliza.

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