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Cesta básica de Fortaleza sobe 3,53% em novembro e é a mais cara do Nordeste

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No mês de novembro de 2024, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza registrou uma inflação de 3,53%.

A alta nos preços de oito, dos 12 produtos da cesta básica, fez com que um trabalhador, para adquirir os produtos, respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 663,95, o maior valor entre as capitais do Nordeste pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Aumento da jornada de trabalho

Considerando o valor, tomando como base o salário mínimo vigente no país de R$ 1.412,00 (valor correspondente a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas), pode-se dizer que o trabalhador teve que desprender 103h e 27 minutos de sua jornada de trabalho mensal para essa finalidade.

O levantamento revela que o gasto com alimentação de uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 1.991,85. Comparando o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), foi verificado que o trabalhador fortalezense remunerado pelo piso nacional comprometeu, neste mês de novembro, 50,83% do seu salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Lista de produtos

Pelos dados da pesquisa, a inflação nos preços da cesta básica foi influenciada pela alta nos preços de oito produtos, dos quais, destacam-se: o óleo (16,43%), o tomate (15,93%) e a carne (6,62%). Os produtos que registraram baixa em seus preços foram: a banana (-3,52%), o açúcar (-0.44%) e o feijão (-0,28%).

Variação semestral e anual

Observando as variações semestral e anual da Cesta Básica na capital, constatou-se que foram de -6,47% e 3,76%, respectivamente. Isto significa que a alimentação básica em novembro de 2024 (R$ 663,95) está mais barata do que em maio de 2024 (R$ 709,90) e mais cara do que em novembro de 2023 (R$ 639,91).

No semestre, dos produtos que compõem a Cesta Básica, segundo o Dieese, os itens que sofreram as maiores reduções no preço foram o tomate (-52,04%), a farinha (-20,35%) o feijão (- 12,09%) e a banana (-10,92%). Cinco itens apresentaram elevações nos preços dos quais, destacam-se: o café (27,93%), o óleo (27,48%), a carne (19,83%) e o leite (8,32%).

Na série de 12 meses, dos produtos que compõem a Cesta Básica, os itens que apresentaram reduções no preço foram o tomate (-34,71%) e a farinha (-18,31%). Já os itens que apresentaram as maiores elevações foram o café (46,87%), o óleo (28,37%), a carne (22,40%) e o arroz (19,96%).

Tomada de preço nas capitais

O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou nas 17 capitais, onde o Dieese realiza, mensalmente, a Pesquisa. E entre outubro e novembro deste ano, as maiores altas ocorreram em Recife (5,47%), Goiânia (4,64%), Brasília (4,39%) e João Pessoa (4,30%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 828,39), seguida por Florianópolis (R$ 799,62), Porto Alegre (R$ 780,71) e Rio de Janeiro (R$ 777,66).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 533,26), Salvador (R$ 574,78) e Recife (R$ 578,16). A comparação dos valores da cesta, entre novembro de 2023 e novembro de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em todas as cidades, com destaque para as variações de Campo Grande (14,47%), Goiânia (12,19%), Brasília (11,19%) e São Paulo (10,56%).

Estimativa do valor do salário mínimo necessário

Ainda, segundo o levantamento, nos 11 meses de 2024, todas as capitais tiveram elevação nos preços médios, com variações entre 1,85%, em Porto Alegre, e 10,72%, em Campo Grande. Com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional, que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima, mensalmente, o valor do salário mínimo necessário.

Em novembro, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.959,31 ou 4,93 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em outubro, o valor necessário era de R$ R$ 6.769,87 e correspondeu a 4,79 vezes o piso mínimo. Em novembro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o valor em vigor na época, que era de R$ 1.320,00.

Em novembro de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 107 horas e 58 minutos, maior do que em outubro, quando ficou em 105 horas e 14 minutos. Já em novembro de 2023, a jornada média foi de 107 horas e 29 minutos.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em novembro de 2024, 53,05% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em outubro, 51,72%. Em novembro de 2023, o percentual ficou em 52,82%.

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