
A exposição “Sérvulo Esmeraldo: Linha e Luz”, a maior e mais completa retrospectiva do artista cearense, que faleceu em 2017 aos 87 anos, após quase 60 anos de produção continuada em São Paulo, na França e no Ceará, conta com a curadoria de Marcus de Lontra Costa e Dodora Guimarães Esmeraldo, viúva do artista.
O percurso da mostra é formado por 110 obras que, em conjunto, evidenciam cada vez mais a importância de Sérvulo Esmeraldo para a história da arte brasileira. A exposição, patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, vai ocupar do segundo andar ao subsolo do prédio secular do centro de São Paulo.
A exposição sintetiza a extensa produção do artista, também pioneiro na arte cinética, com trabalhos de diversas dimensões e em variados materiais. Potência gráfica, cromatismo intenso, objetos em movimento real ou virtual, tudo convida o público a perceber-se em meio a um diálogo de formas. As obras definem o talento e a inteligência do artista que prima pelo rigor em toda sua produção e nas diversas linguagens nas quais transita.
A exposição traz desde pequenos trabalhos de Sérvulo, de sua história inicial, como gravador, como pesquisador da linha e das texturas, do plano e da bidimensionalidade, até a sua transposição para o espaço tridimensional. Graças ao Instituto Sérvulo Esmeraldo, sediado em Fortaleza, foi possível trazer a público obras que integram um patrimônio artístico de extraordinário valor.

Sérvulo: vida e obra
Nascido em Crato, Ceará em 1929. Escultor, gravador e desenhista, Sérvulo Esmeraldo iniciou sua carreira profissional em Fortaleza, no final dos anos 1940, nos ateliês livres da SCAP- Sociedade Cearense de Artes Plásticas. Em 1951 fixa residência em São Paulo para estudar arquitetura e é atraído pela efervescência da 1ª. Bienal de Artes e sua revolução artística-cultural. O trabalho temporário na EBE – Empresa Brasileira de Engenharia aumentou o seu interesse pelas matemáticas, pela física, pelas ciências exatas. Aprendizado que expandiu para aplicação no seu ofício de artista-inventor.
Ilustrador no Correio Paulistano, entre 1953 e 1957, desenvolveu em paralelo, de forma vigorosa, xilogravuras de natureza geométrica. Sua exposição realizada no MAM (SP), em 1957, o credenciou para um ano de estudos em Paris, com bolsa do governo francês. Temporada que resultou numa permanência de mais de vinte anos e no desenvolvimento de uma obra plural e de muitas vertentes.
Em Paris, frequentou os ateliês de Litogravura da École Nationale des Beaux-Arts e de Gravura em Metal de Johnny Friedlaender, dedicando-se largamente a esta última, tendo inclusive feito gravuras a partir de guaches e pinturas para Serge Poliakoff. O esmero nestas obras levou Poliakoff a confiar-lhe, em 1965, a execução de um painel de 1,80 x 9,00 no Hotel Carlton, em Cannes.
Em 1977 retorna ao Brasil, trabalhando em projetos de arte pública que incluíam esculturas monumentais na paisagem urbana de Fortaleza, cidade onde fixou ateliê em 1979. Sua obra está representada nos principais museus do país e em coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.
Serviço:
Sérvulo Esmeraldo: Linha e Luz
Quando: Até dia 20 de novembro
Horário: Todos os dias, exceto às terças-feiras, das 9h às 20h
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – R. Álvares Penteado, 112, São Paulo – Próximo ao metrô São Bento
Preço: Grátis. Ingressos disponíveis gratuitamente na bilheteria física do CCBB e também no site bb.com.br/cultura
Classificação: Livre