O estado do Ceará figura como o segundo maior exportador de calçados do país em 2023. No primeiro mês do ano foram embarcados de terras cearenses 5,9 milhões de pares de calçados. O volume gerou movimentação de US$ 34,73 milhões. O montante representa recuo de 3,7% em volume de produtos, mas aumento de 14% em receita se comparado ao igual período de 2022.
Na sequência, como estados que mais exportaram aparece São Paulo (2,9 milhões de pares e US$ 11,17 milhões, altas de 58% e 80,4%, respectivamente, ante 2022) e Minas Gerais (709 mil pares e US$ 10,38 milhões, altas de 19,6% e 33,7%, respectivamente). Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
No primeiro mês de 2023, o principal exportador de calçados do Brasil foi o Rio Grande do Sul. Partiram das fábricas gaúchas mais de 2,8 milhões de pares, que geraram US$ 46,68 milhões, resultado 17% inferior em volume, mas 4,5% superior em receita na relação com janeiro do ano passado. O fato se deu pelo aumento do preço médio do calçado exportado pelos gaúchos, que passou de US$ 15,98 para US$ 16,50.
Na avaliação do economista e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Davi Azim, há vantagens importantes que o Ceará apresenta e beneficia a exportação. “Uma delas é a taxa de câmbio, que ajuda a desenvolver essa questão da exportação para a Europa, principalmente, sem contar a nossa posição geográfica que facilita o modal aquaviário, enfim, são alguns aspectos logísticos e de custos que favorecem o Ceará quanto à exportação”, destacou.
Ainda segundo ele, o Ceará possui expertise maior com relação a outros estados que produzem calçados. “Estamos na vanguarda e se o câmbio continuar favorável devemos manter essa posição de favorecimento para 2023”, disse.
Nacional
No cenário nacional, em janeiro, foram embarcados 14,63 milhões de pares, que geraram US$ 117,9 milhões. Os resultados são superiores tanto em volume (+4,5%) quanto em receita (+16,6%) em relação ao primeiro mês de 2022.
Além disso, no primeiro mês do ano, o crescimento dos pares embarcados aos países membros da União Europeia mais do que compensou as quedas registradas para Estados Unidos e Argentina. Ambos os país são, historicamente, os principais destinos do calçado brasileiro.
“A desaceleração da inflação na região tende a beneficiar, gradativamente, o consumo de bens não essenciais, caso dos calçados”, disse o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ao observar que as exportações para o bloco econômico cresceram 29% em receita e 27,9% em volume. Ainda segundo o executivo, o FMI revisou para cima a projeção de crescimento do PIB para a Zona do Euro, que deve variar 0,7% em 2023 – previsão anterior era de 0,5%.
Países de destino
Mesmo registrando quedas em relação a janeiro de 2022, os Estados Unidos seguiram sendo o principal destino do calçado brasileiro no primeiro mês do ano. Em janeiro, foram embarcados para lá 1,26 milhão de pares por US$ 23,4 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-28%) quanto em receita (-9,5%) em relação ao mesmo período de 2022.
Em janeiro, a Argentina foi segundo principal destino do calçado verde-amarelo. No primeiro mês do ano, foram embarcados para o país vizinho 735,6 mil pares por US$ 12,8 milhões, resultado 5,5% inferior em volume e 92,3% superior em receita na relação com janeiro de 2022.
Na sequência dos destinos, apareceram a Espanha (2 milhões de pares e US$ 6,9 milhões, altas de 147,6% em volume e 137,8% em receita na relação com janeiro passado) e França (584,5 mil pares e US$ 6 milhões, queda de 23% em volume e incremento de 8,8% em receita na relação com o mesmo ínterim de 2022).
*Com informações do jornal O Estado Ceará
