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O frio e o café de sombra do Ceará recebem visita técnica do MTur

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Engana-se quem pensa que o Ceará é um destino que contempla apenas sol e praia, pois as belezas do estado vão além desse tipo de turismo. Em plena serra sinuosa do Maciço de Baturité, localizado no sertão central cearense e abrangido pela natureza exuberante da Mata Atlântica (isso mesmo, você não leu errado!) o turista pode curtir um friozinho e aproveitar o clima ameno para tomar um café especial plantado embaixo da sombra das árvores intituladas ingazeiras, com grãos colhidos a mão e pó produzido artesanalmente pelos trabalhadores locais.

É esse tipo de deleite que os municípios de Guaramiranga e Mulungu, no Ceará, oferecem para o visitante. Prepare o casaquinho de frio para embarcar rumo à região da “suíça cearense” por meio do projeto Experiências do Brasil Rural, uma parceria entre os ministérios do Turismo (MTur) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que busca apoiar e promover a visitação em áreas rurais do país, ampliando o turismo por meio da agricultura familiar e das experiências no meio rural.

Entre os dias 14 e 18 de novembro, as equipes do MTur e da UFF estiveram nas cidades de Guaramiranga e Mulungu para validarem experiências em empreendimentos e locais turísticos desse segmento. O roteiro encerrou o ciclo de visitas aos seis que integram a edição de 2022 do projeto e teve como objetivo validar a “Rota Verde do Café” em locais que mostram a cultura do café de sombra, uma iguaria diferenciada, produzida apenas em algumas partes do Ceará e de Pernambuco, que conta com um meio de produção agroflorestal.

Na produção do café de sombra os pés da planta são cultivados embaixo de outras árvores frondosas, como as ingazeiras, que protegem o café e fazem com que o sabor da bebida fique ainda mais gostoso. O café de sombra da região é intitulado “café arábica típica” e tem a tendência de ser mais suave e adocicado, sendo considerado um café especial e amplamente procurado por especialistas da área.

Para o turista, além do café centenário, a visitação acontece levando em conta uma imersão na história, na cultura e na gastronomia. O turista vai adentrar o mundo do café de sombra, conhecendo as plantações, os casarões coloniais, degustando a delícia junto com outros sabores típicos da culinária das cidades, e vivenciar toda a riqueza que a serra do Ceará pode oferecer.

A paz e a tranquilidade de uma natureza praticamente intocada, com uma mistura do verde intenso da Mata Atlântica e o colorido das flores em diversas tonalidades faz com que o passeio seja uma imersão na preservação ambiental, proposta trazida pelos empreendimentos e moradores da região.

Na Rota Verde do Café, o MTur e a UFF visitaram 11 experiências que agora passam por processo de validação. Oito delas são oferecidas por Mulungu e três por Guaramiranga. Por lá, as visitações vão contemplar passeios voltados ao conhecimento da permacultura e agrofloresta, como a experiência Reflorestamente, no Sítio Vale da Biodiversidade; degustação de licores com café na experiência Nativa Serrana, do Sítio Grota; percorrer a Trilha do Café no Sítio Águas Finas; e apreciar momentos de amor, leveza e um pôr do sol de tirar o fôlego na experiência Pulsar: vivenciando sensações, realizada na Vivenda Vida Simples.

E não acabou! A Rota Verde do Café ainda poderá proporcionar ao turista uma trilha do café no Parque das Trilhas, onde é realizada uma caminhada em meio às belezas das árvores frondosas da Mata Atlântica; experimentar o Néctar dos Deuses (uma mistura de café de sombra com licores e hidromel com o mel da produção de abelhas nativas sem ferrão) no Sítio Areias; e finalizar o dia com um piquenique digno de uma imagem de cinema no terreiro da Estância Monte Horebe.

O “bom dia” para o turista também poderá contar com um delicioso café da manhã ao lado de dona Lindalva para apreciar a agro-arte Coió no Sítio Chapada do Coió. A Rota abriga ainda um Café com História na cafeteria Empório Serrano, um passeio na Feira Agroecológica de Mulungu, e uma visita ao Sítio São Roque para adentrar um casarão colonial que narra a história do café e finaliza o passeio com uma mesa posta de café colonial.

Validação – A fase inicial do projeto envolveu um diagnóstico das rotas, que indicou pontos fortes e quesitos passíveis de aprimoramento. Em seguida, houve capacitações e a formatação de vivências nos destinos. Agora, os produtos e serviços desenvolvidos estão sendo validados, a partir de visitas presenciais de coordenadores do projeto. Por fim, o Experiências do Brasil Rural vai focar em ações de apoio à promoção e à comercialização desses roteiros.

Os roteiros selecionados para participar de cada edição foram associados a rotas turísticas e devem contemplar cadeias agroalimentares tipicamente brasileiras, definidas previamente pelo MTur e Mapa a partir das políticas públicas e priorizações das duas pastas, no escopo do Acordo de Cooperação entre ambos, cujo objetivo é “promover o fortalecimento da agricultura familiar no turismo por meio do incentivo à promoção e comercialização de produtos e serviços da agricultura familiar no turismo”.

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